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Arritmias em pacientes com cardiopatia congênita: riscos e cuidados essenciais

cardiologista

Alterações no ritmo do coração, conhecidas como arritmias, podem ocorrer em qualquer pessoa. No entanto, indivíduos com cardiopatias congênitas – malformações cardíacas presentes desde o nascimento – têm uma probabilidade maior de desenvolver esse problema.

A razão está tanto na anatomia diferenciada do coração quanto nas cicatrizes deixadas por cirurgias corretivas. Ambas podem interferir nos impulsos elétricos responsáveis pelos batimentos.

Por que o risco de arritmia é maior em quem nasceu com uma cardiopatia

As cirurgias necessárias para corrigir defeitos estruturais e o próprio formato alterado do coração criam áreas de cicatriz, que alteram a condução elétrica. Essa combinação favorece ritmos acelerados, lentos ou irregulares. Por isso, o acompanhamento contínuo com cardiopediatra, pediatra cardiologista ou arritmologista é fundamental desde a infância até a vida adulta.

Tipos mais comuns de arritmia entre cardiopatas

Taquicardias supraventriculares

  • Ritmo muito acelerado que se origina nas câmaras superiores (átrios).
  • Sintomas: palpitações, tontura e, em alguns casos, desmaios.
  • É frequente em quem apresenta anomalia de Ebstein.

Flutter, taquicardia atrial e fibrilação atrial

  • Batimentos rápidos e desordenados nos átrios.
  • Surgem com maior frequência em adolescentes e adultos mesmo após cirurgias simples já que a cicatriz no coração está presente
  • A fibrilação atrial está relacionada com outros fatores além da cardiopatia, como envelhecimento, obesidade, apenia do sono, sedentarismo, tabagismo, entre outros fatores de risco.

Taquicardias ventriculares

  • Começam nos ventrículos e podem ser potencialmente perigosas, com risco de perda de consciência e até de morte súbita.
  • Podem acontecer, por exemplo, em pacientes operados de tetralogia de Fallot.

Bloqueios de condução elétrica

  • Ocorrem quando o estímulo entre átrios e ventrículos é interrompido.
  • Podem aparecer de forma espontânea ou depois de intervenções cirúrgicas próximas ao nó atrioventricular.


Cardiopatias que merecem atenção redobrada

  • Anomalia de Ebstein: tendência a taquicardias supraventriculares.
  • Tetralogia de Fallot: maior risco de arritmias ventriculares após cirurgia.
  • Cirurgia de Fontan (coração univentricular): propensão a arritmias atriais e necessidade de marca passo ao longo da vida.
  • Transposição corrigida das grandes artérias (CC-TGA): chance aumentada de bloqueio atrioventricular completo.

Manejo e possibilidades de tratamento

Cada paciente exige uma abordagem individual. Entre as estratégias disponíveis:

  • Manter vigilância ativia ao longo de toda a vida por arritmias.
  • Medicamentos antiarrítmicos para controlar ou prevenir crises.
  • Ablação por cateter, técnica minimamente invasiva que elimina o ponto elétrico anormal.
  • Marcapasso, indicado quando o coração bate lentamente por bloqueios.
  • Desfibrilador implantável (CDI) em casos de risco de arritmias ventriculares graves.
  • Cirurgias combinadas, que podem incluir correção estrutural e tratamento da arritmia no mesmo ato cirúrgico.

Sinais que pedem avaliação imediata

  • Palpitações súbitas e persistentes.
  • Cansaço desproporcional a pequenos esforços.
  • Tontura, desmaios ou sensação de batimentos pausados.

Se algum desses sintomas surgir, a investigação com um especialista em arritmia cardíaca é indispensável.

O avanço das técnicas de monitoramento e tratamento permite que crianças, adolescentes e adultos com cardiopatia congênita tenham qualidade de vida e pratiquem atividades com segurança.

Consultas regulares com uma médica especialista em arritmia ajudam a identificar problemas precocemente e a indicar a melhor conduta. Agende sua avaliação presencial ou por videoconsulta para garantir a saúde do seu coração!

Perguntas Frequentes

Toda pessoa com cardiopatia congênita desenvolverá arritmia?

Não. O risco é maior, mas muitos pacientes nunca apresentam distúrbios do ritmo. O acompanhamento periódico garante a detecção precoce caso surja qualquer alteração.

Depende do tipo de arritmia e do controle do quadro. Em muitos casos, a prática esportiva é possível e até benéfica, desde que o cardiopediatra avalie individualmente.

Exames como eletrocardiograma, Holter, teste ergométrico e estudo eletrofisiológico auxiliam a identificar a arritmia e a planejar o tratamento adequado.