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Tratamentos para arritmias em crianças: o que os pais precisam saber?

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As arritmias cardíacas em crianças podem gerar grande preocupação nos pais. Embora muitas não ofereçam grandes riscos aos pequenos, outras requerem atenção médica especializada. Entender o que são, por que ocorrem e, especialmente, como tratá-las, é fundamental para garantir a saúde cardíaca de crianças e adolescentes.

Conheça abaixo as arritmias cardíacas mais comuns, porque elas acontecem e como funcionam os tratamentos mais comuns para esse problema:

Arritmias cardíacas em crianças: o que são, causas e mais

As arritmias cardíacas são alterações no ritmo cardíaco. Em crianças, isso pode significar um coração que bate muito rápido (taquicardia), muito devagar (bradicardia) ou de forma irregular. Essas alterações podem ser passageiras ou duradouras – além de ter baixo risco ou altas chances de desencadear situações emergenciais.

Arritmias cardíacas são detectadas através de exames como o eletrocardiograma (ECG) e o monitoramento com Holter.

O que causa uma arritmia cardíaca?

As causas desse problema variam e podem incluir, por exemplo:

Genética e doenças do coração

Algumas arritmias são hereditárias. Isso significa que fatores genéticos, passados de pais para filhos, influenciam na ocorrência de alguns tipos dessa condição em crianças. Além disso, ter histórico de cardiopatia na família também pode indicar risco aumentado.

Doenças congênitas

Crianças cardiopatas – ou seja, que já convivem com uma condição relacionada ao coração – têm maior predisposição a desenvolver arritmias.

Infecções ou inflamações

Doenças como a miocardite podem alterar o sistema elétrico do coração, favorecendo o surgimento de arritmias transitórias; 

Desequilíbrios eletrolíticos 
Níveis anormais de minerais como potássio e cálcio no organismo também influenciam o ritmo cardíaco. Isso normalmente acontece de forma temporária, com recuperação após o tratamento do distúrbio eletrolítico.

Riscos de uma arritmia cardíaca em crianças

Embora muitas arritmias cardíacas sejam benignas – ou seja: não oferecem grandes riscos à saúde dos pequenos –, outras podem ter consequências mais difíceis. Entre elas, é possível citar, por exemplo:

  • Desmaios ou tonturas frequentes;
  • Cansaço excessivo;
  • Palpitação;
  • Prejuízo a qualidade de vida;
  • Comprometimento do crescimento e do desenvolvimento;
  • Risco aumentado de parada cardíaca.

 

Em casos de crianças com uma arritmia cardíaca diagnosticada, manter o acompanhamento com um cardiologista pediátrico é essencial para monitorar riscos e prevenir consequências perigosas

Principais tipos de arritmias em crianças

Há algumas arritmias que são mais comuns de se diagnosticar na infância. Entre elas, é possível citar as seguintes:
Taquicardia supraventricular (TSV) 
Arritmia frequente em crianças, essa condição se caracteriza por batimentos cardíacos muito rápidos vindos do átrio. Isso pode causar tontura, palpitações e desmaios.
Síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) 
Essa condição é congênita – ou seja, a criança já nasce com arritmia. É um subtipo de taquicardia supraventricular. A causa do problema está em uma via elétrica extra no coração, algo que leva a episódios de taquicardia.
Extrassístole atrial ou ventricular 
Arritmia também frequente em crianças, essa condição se caracteriza por batimentos cardíacos isolados que vem antes do normal, do átrio ou ventrículo. Geralmente são benignos mas devem ser avaliados pelo cardiologista pediátrico já que algumas podem sugerir doenças mais graves como a cardiomiopatia arritmogênica.
Síndrome do QT longo 
Essa arritmia é um distúrbio genético que afeta o sistema elétrico do coração. Isso aumenta o risco de batimentos alterados chamados taquicardia ventricular e, por esse motivo, desmaios e risco de parada cardíaca.
Bradicardia ou bloqueio átrio-ventricular
Nesta arritmia, a criança tem os batimentos cardíacos mais lentos que o normal. Pode ser por uma alteração congênita, especialmente em filhos de mãe com lúpus, ou adquirido – seja por lesão do sistema elétrico durante uma cirurgia cardíaca, lesão por alguma agressão ao músculo do coração ou degeneração do sistema de condução ao longo do tempo. Um quadro assim pode causar cansaço, tontura e desmaios.

Tratamentos mais comuns para arritmias em crianças

Especialmente quando descobertas cedo, arritmias cardíacas em crianças têm tratamento. E, assim como existem as arritmias mais comuns, há também os tratamentos mais utilizados para saná-las ou mantê-las sob controle. São eles:
Mudança no estilo de vida
Algumas (poucas) arritmias exigem ajustes no estilo de vida, como afastamento de atividade física. Cada caso deve ser avaliado de forma individual levando em consideração o diagnóstico do paciente, assim como sua expectativa em relação ao esporte em sua vida e a evolução dos exames conforme o tratamento. Existem algumas arritmias benignas que não exigem tratamento, apenas seguimento e evitar uso de substâncias que podem potencializar uma arritmia como estimulantes e drogas ilícitas.
Uso de medicações

O tratamento de arritmias cardíacas em crianças pode envolver o uso de remédios antiarrítmicos. Esses medicamentos ajudam a controlar o ritmo cardíaco e são frequentemente usados. Podem ser usados de forma isolada, em conjunto com mais de uma medicação, como ponte para um tratamento mais definitivo como ablação por cateter ou como o tratamento final. Medicações comumente usadas incluem: amiodarona, propranolol, metoprolol, atenolol, nadolol, propafenona, sotalol, flecainida, entre outros.

É importante frisar que o uso de medicamentos prevê o acompanhamento regular da criança por um pediatra cardiologista.

Ablação por cateter
Nesse procedimento minimamente invasivo, o médico consegue destruir pequenas áreas do coração responsáveis pela arritmia, sanando o problema de forma definitiva. Ele é feito por meio de um cateter que alcança o coração pelos vasos sanguíneos no corpo, normalmente pelos vasos da perna. Ao atingir áreas problemáticas, ele emite calor ou frio para cauterizar ou “congelar” o tecido em questão, eliminando a arritmia.

Essa técnica é segura, mas exige internação e anestesia para sua realização na idade pediátrica. A recuperação tende a ser rápida e a alta médica, breve. Ela ajuda especialmente em casos de WPW e TSV, mas tem outras aplicações. Na pediatria, em crianças muito pequenas, a ablação é indicada em casos de exceção que devem ser avaliados individualmente por um profissional experiente. Em crianças maiores é um procedimento extremamente seguro que deve ser discutido com a família caso for uma opção. É importante que o procedimento seja feito com um profissional familiarizado com as cardiopatias congênitas e com a faixa etária pediátrica – afinal, criança não é um adulto pequeno!
Implante de dispositivos eletrônicos implantáveis
Útil especialmente em casos de bradicardia sintomática, o marcapasso é uma ferramenta que consegue assumir o controle dos batimentos cardíacos. Uma vez implantado no corpo, ele regula os batimentos lentos e os normaliza, extinguindo os sintomas dessa arritmia. Existem outros dispositivos implantáveis como o cardiodesfibrilador que tem a capacidade de reverter arritmias graves com uma descarga de energia e ressincronizadores, que em casos selecionados, conseguem ajudar com a insuficiência cardíaca.
Cardioversão elétrica
Utilizado em arritmias com necessidade de reversão rápida, essa técnica envolve um choque controlado para restaurar o ritmo normal do coração. Pouco usado na pediatria, tem indicações precisas feitas em um contexto de pronto-socorro ou unidade de terapia intensiva.

Os tratamentos são muitos diversos por que existem muitos tipos diferentes de arritmia, desde casos benignos como arritmias que oferecem um risco à vida. Por isso a importância de buscar um arritmologista pediátrico para traçar, em conjunto com os valores de cada família, o plano de cuidado mais adequado para seu filho / filha.

Quando buscar um cardiologista pediátrico

O médico do coração especializado em crianças é responsável por diagnosticar, tratar e acompanhar doenças cardíacas na infância e adolescência. Além de arritmias, o cardiologista pediátrico também lida com condições como cardiopatias congênitas, sopros e insuficiência cardíaca.

O tratamento de doenças do coração em crianças costuma ser mais eficaz quando iniciado precocemente na vida. Isso significa que é indicado levar a criança ao médico o mais rapidamente possível caso ela tenha histórico familiar de doenças cardíacas ou um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Desmaios sem explicação;
  • Palpitações frequentes;
  • Cansaço excessivo.

Tem dúvidas ou suspeita que seu filho tenha uma arritmia cardíaca? Entre em contato conosco e agende sua consulta!

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O que fazer se há histórico de arritmia na família?
Quando existe histórico de cardiopatia ou arritmias genéticas na família de uma criança, é importante informar isso ao médico que a acompanha e, se possível, buscar um arritmologista pediátrico. Esse especialista pode solicitar exames preventivos e, caso algo seja detectado, determinar o melhor tratamento para o quadro.
O acompanhamento com o cardiologista infantil deve começar no momento em que a criança apresentar sintomas como palpitações, desmaios frequentes ou cansaço excessivo, independentemente da idade. Além disso, crianças com doenças do coração na família devem ser avaliadas mesmo na ausência de sintomas.